Passados dois meses desde a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no país, milhares de cidadãos brasileiros continuam enfrentando diariamente os perigos de exposição ao vírus dentro do transporte público.
As empresas e funções consideradas essenciais para a sociedade e com impossibilidade de regime home office (trabalho em casa) continuam operando, e seus funcionários seguem suas rotinas e arriscam-se diariamente em ônibus, trens e metrôs para chegarem ao trabalho.
Após o governador do estado de SP, João Dória, declarar a medida de quarentena para comércios e serviços não essenciais, no dia 21 de março, o número de usuários no transporte público paulista caiu drasticamente, e devido a isso, as empresas reduziram o número de trens disponíveis para viagens e aumentaram o intervalo entre eles.
Contudo, no dia 11 de maio, o prefeito de SP, Bruno Covas, retomou o rodízio municipal de veículos, suspenso desde de o início da quarentena, como tentativa de aumentar o índice de isolamento. Na manhã do dia 12, foi notificado um aumento de 11% a 15% no número de usuários, gerando controvérsias sobre a efetividade da estratégia.
A secretaria de transportes metropolitanos (STM) garante que está operando com sistema de necessidade de frotas para cada horário, monitorando as estações para incluir trens quando constatado formação de aglomerações.
Contudo,essas aglomerações continuam a ocorrer, expondo ainda mais o usuário ao risco de contaminação.
De acordo com Allan Araújo, 31, supervisor de logística, “São atitudes muito questionáveis, eles pedem pra gente ficar distante um do outro, mas tomam essas decisões ridículas” Me diz que lugar pra se locomover é mais isolado que meu próprio carro? “
Allan mora no extremo leste da cidade de São Paulo e trabalha em Osasco, em uma distribuidora de itens farmacêuticos, serviço mais que essencial para a sociedade. De carro, costuma levar cerca de quarenta minutos até a empresa, mas agora, como o rodízio, sendo obrigado a usar os serviços do metrô, leva quase duas horas.
“Está cheio, é inevitável. As pessoas ainda precisam trabalhar” diz Allan.
A STM comentou também sobre as ações de higienização em locais de grande circulação pública.
“Intensificamos as medidas de higienização dos veículos e estações, com ampliação da frequência de limpeza de assentos, pisos, corrimãos, maçanetas, etc. com álcool 70% ou solução de água sanitária. No caso da CPTM, a higienização dos trens é feita em cada ponta da linha e, no Metrô, ao final de cada ciclo.”
Entretanto, de acordo com o secretário Alexandre baldy, o governo do estado busca por novos meios e tecnologias para a higienização mais rápida e eficaz nos trens da companhia. Assim, testaram recentemente um equipamento de emissão de UV (ultravioleta) que é capaz de higienizar cada vagão em pouco mais de um minuto.
Essa opção de higienização foi feita em parceria com o instituto de pesquisa tecnológicas e caso se mostre eficiente, será implementada em toda a rede de transporte público do estado.
Por Thais Magalhães
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